Wednesday, October 27, 2010

Crédito inchado

Isso mesmo meu povo, gasta mesmo, pega $ emprestado... Afinal, são da classe média né? E a classe média brasileira gosta mesmo é de gastar...

Poder Absoluto - I

Leiam o texto do link e reflitam...

Tuesday, October 26, 2010

Impressionante o discurso (ou a falta dele) de quem defende a candidata Dilma Roussef. O chavão, carro-chefe dessa falácia é "o Lula tirou não-sei-quantos-milhões da miséria absoluta".


Bem, se tirar da miséria absoluta é dar R$30 por cabeça, bem, a visão dessas pessoas é bem estreita (sinto um pleonasmo ideológico aqui).


E, afinal, quem tirou fomos nós, com nossos impostos crescentes, com recorde após recorde de arrecadação.


Gostam muito de acrescentar também que o Lula "acertou" na política econômica.

Minha gente, esse distinto senhor NADA fez senão manter no comando pessoas que estavam envolvidas antes ou simplesmente tinham compromisso pessoal e ideológico em manter o então programa do governo anterior para a economia.

Uma pessoa que se orgulha de nunca ter trabalhado na vida, como pode ser considerado um exemplo? Um exemplo para a vagabundagem isso sim.

Quantos não acompanharam a carreira desse senhor, onde agitava as multidões de operários, para então entrar e reunir-se a portas fechadas com a direção das indústrias, e logo após sair sorrindo e dizendo que a greve acabou? Pergunte a quem acompanhou isso e terás a verdade. E ela vos libertará.


Como posso votar numa senhora que, afirma ser a melhor opção pois vai "dar continuidade ao que foi feito no governo Lula". Ou seja, ela não vai fazer nada durante 4 anos, apenas ver o tempo passar enquanto quem já está por lá comanda a máquina.


Essa mulher é uma farsa. O plano de governo do PT inexiste. Ou melhor, o plano de governo do PT é simplesmente manter-se no poder, indefinidamente.


Porque Lula não se aproximou do governo do Chile, talvez o único governo sério desse continente?


Lula navega na contramão da política mundial, talvez por loucura, talvez por um sonho adolescente comunista. Associar-se a quem defende punição à morte por pedradas, bem, no mínimo, é retrógrado. É reacionário.


Os eleitores de Dilma são tão envolvidos com isso, que conheço muitos que viajarão no feriado e justificarão o voto. Talvez por não ligarem realmente para isso, ou talvez porque "nem Deus tira essa eleição dela".


E ainda quer os evangélicos...

Thursday, November 23, 2006

Arendt

Gosto cada vez mais dessa senhora.
Leia também sobre o
Sr. Manoel Bonfim


"The most radical revolutionary will become a conservative the day after the revolution."
Hannah Arendt, US (German-born) historian & social philosopher (1906 - 1975).

"O mais radical dos revolucionários irá se tornar um conservador no dia seguinte da revoluçao."
Hannah Arendt, EUA (Alema de nascença) historiadora & filósofa social (1906 - 1975).

Saturday, October 14, 2006

SOBRE POLÍTICA - II

Direcionar verbas gigantescas para propaganda, colocar nome/sobrenome nas leis ou alardear a conquista de recursos têm somente uma intenção: a autopromoção do político em questão. Não há razão para tais fatos.

SOBRE POLÍTICA - I

Para ser candidato no Brasil, não é necessário ter e apresentar propostas. É preciso apenas “defender” uma minoria, uma classe ou um grupo oprimido. Taxistas, “vanzeiros”, negros, homossexuais, idosos, “funkeiros”. Todos podem ficar tranqüilos, certamente possuem algum defensor na política, seja na assembléia, na câmara ou no senado.

Ou então ser filho de algum político enraizado no poder. O que pode um garoto que nunca trabalhou e nada sabe de administração fazer em nome da melhoria de um estado? Seguir os passos de seu pai?

A idéia de eleger um deputado estadual/federal ou um senador é fazer com que ele leve o conhecimento das necessidades do povo de sua região e os problemas de seu estado para discussão e propostas de soluções.

O que acontece nada mais é que o afloramento do egoísmo e do desespero. As pessoas acabam por tentar se proteger em detrimento dos outros. “Sou motorista de van, voto no fulano porque ele vai dar licença pra todos nós trabalharmos.”

Pode até parecer um gesto nobre, e seria se fosse apenas uma das propostas. Se fosse uma idéia a ser estudada e levada adiante baseada em pesquisas e estudos de orçamento e impacto em outras áreas da administração pública. Na prática não é o que acontece, haja vista a quantidade de leis inconstitucionais e a quantidade de leis inócuas que se acumulam ano após ano, governo após governo.

Aí paro e penso quando escuto eleitores decepcionados com o outrora candidato por eles eleito: no fim, ele/ela é apenas um espelho de quem o elegeu. Foi eleito para defender interesses de poucos e está lá pra defender interesses de menos ainda, inclusive o dele.

Friday, April 21, 2006

ATÉ QUE ENFIM

O presidente do nosso país finalmente "soltou" algo digno de nota.
Ao se referir ao caso da
VARIG, sobre a possibilidade de ajuda financeira à empresa, deu à luz a seguinte frase:

-"O governo não gosta de ver qualquer empresa ser obrigada a fechar as portas. Estamos atentos, mas não é papel do governo salvar empresas privadas da falência usando recursos do Estado. A
VARIG precisa implementar o plano de recuperação que firmou na justiça, segundo as normas da nova Lei de Falências que aprovamos".

Segue perfeitamente a linha de raciocínio em algo
já apresentado aqui anteriormente.

Surge a natural dúvida de saber porque esse conceito não vinha sendo aplicado e se, pelo menos, daqui pra frente será aplicado constantemente. Capitalismo é isso aí.

Tuesday, January 31, 2006

SABEDORIA DE UM ANARQUISTA

Achei este texto em um recorte de jornal, oriundo de O Globo, guardado há muito em meu armário. Podemos claramente identificar a época em que foi escrito após sua leitura. É um texto do Sr. Leandro Konder, reflete exatamente algo que penso todos os dias, qual a razão de tanta desigualdade, tanto desfavorecimento de muitos em favor de poucos, seja poder, dinheiro, oportunidades, o que for, não há razão para essa diferença num mundo em que a natureza foi evoluindo calcando-se no equilíbrio, mesmo que precário, do funcionamento das coisas.

Difícil é pensar em uma sociedade como essa, sem injustiça. Digo difícil não pelo fato em si ou por falta de imaginação. Mas sim pelo simples fato do ser humano ser o único que busca se destruir, o único que não vive em harmonia com seu ambiente e que muito do que faz prejudica o funcionamento das outras coisas e dos seres ao seu redor.

Uma coisa é certa porém : enquanto os líderes forem os menos preparados, os mais gananciosos, os que só buscam o enriquecimento ilícito e a execução de seus anseios, sua "agenda oculta", as coisas continuarão muito ruins.

A vida política é vista como uma oportunidade de enriquecimento rápido e sem esforço. Talvez os cargos públicos não deveriam ser remunerados, exercidos talvez por grupos, por pessoas capacitadas, para o bem de todos inclusive deles próprios. O secretário de obras seria um grupo de engenheiros civis. Soa justo.

Posso estar louco mas acho que tal idéia de cargo sem remuneração passou pelas cabeças de Rousseau e Robespierre, este último quando notou que para "limpar o governo" teria que decepar quase a todos, foi tido como louco e acabou sendo decepado ele mesmo pelos que queria decepar.



SABEDORIA DE UM ANARQUISTA

Alberto, o anarquista, está chegando, exuberante, cheio de saúde, aos 80 anos de idade. Os amigos querem homenageá-lo numa grande festa, porém o sapateiro não quer saber de badalação alguma.

- Não posso correr o risco de ser promovido por antigüidade a cidadão respeitável - argumenta. - Se a gente se descuida, acabam nos chamando de probo, de impoluto, de varão de Plutarco e outros nomes hediondos.

Quando lhe perguntam qual é o segredo de sua saúde, o anarquista brinca:

- É o trabalho.

E, diante da surpresa do interlocutor, faz a ressalva:

- Eu trabalho por conta própria, todos os dias, mas nunca trabalho demais. Uma jornada de quatro horas na minha oficina é mais do que suficiente para a minha subsistência. Gente que trabalha muito para ganhar muito dinheiro envelhece depressa.

Uma vizinha gorda, amiga de Bartoloméia, indaga:

- Como você faz, Alberto, para se manter em forma? Faz dieta? Faz ginástica?

O velhinho enxuto responde:

- Faço uma ginástica quotidiana involuntária, para sobreviver.

E esclarece:

- Como não tenho carro (sequer sei dirigir), tento viajar de ônibus. Mas os motoristas enxergam de longe minha cabeleira branca, pensam que eu vou entrar sem pagar pela porta da frente e, cumprindo ordens dos patrões, passam correndo, sem parar.
Insisto em fazer sinal, exibindo na mão uma nota de um real, quero ser um passageiro pagante, me ponho na frente do veículo, porém o motorista, enraivecido, procura me atropelar. Sou obrigado a dar saltos atléticos para escapar. Essa é a minha ginástica.

O porteiro do prédio quer saber se o ancião irreverente ainda consome bebidas alcoólicas. Albeto desconversa, sorri, o outro insiste e ele afinal admite que bebe cerveja moderadamente. Em ocasiões especiais um bom whisky ou uma cachacinha esperta.

- E às vezes o filósofo Carlos Nelson Coutinho, meu amigo, que conhece a minha maledicência, tenta me subornar, me trazendo uma garrafa de vinho italiano, para que eu não fale mal do corcundinha Gramsci.

Outra amiga do sapateiro, a historiadora Margarida de Souza Neves, se mostra curiosa a respeito da juventude espiritual do sapateiro:

- Há algum pensamento que, na sua experiência, pode ter contribuído para retardar o seu envelhecimento?

Alberto olha com doçura para a amiga, que ele tem a esperança de atrair para os ideais ácratas:

- Há sim, Guida. Existe um pensamento que bloqueia a velhice: ser sempre contra o governo.

Todos, atentos, ouvem a explicação:

- Quem toma posição a favor do governo - qualquer governo! - mais cedo ou mais tarde se decepciona. E não há nada que envelheça tanto como as decepções. Se você sabe que todo governo é problemático, é deficiente, é solerte, você não tem ilusão e, por conseguinte, também não sofre desilusão.

Outro participante da conversa - o psicanalista Carlos Plastino - pergunta porque todo governo deve ser considerado ruim. Não heveria certo exagero, certa unilateralidade, nessa posição?

Alberto pondera:

- O simples fato de existir um governo é ao mesmo tempo a evidência e a legitimação de uma desigualdade humanamente injustificável: a desigualdade entre uns poucos que têm o privilégio de governar e os muitos que são obrigados a ser governados. É por se basear nessa diferença injusta que todo governo é, em princípio, ruim.

Plastino, sem disposição para polêmicas, limita-e a observar:

- Alguns governos, entretanto, são bem piores que outros...

E Alberto, rindo, conclui:

- Sem dúvida! Há governos medíocres, governos ruins, governos péssimos, governos abomináveis e governos tipo FH, quer dizer, Fornique-se a Humanidade !

A Dívida

Com vocês a invejável objetividade do Sr. Elio Gaspari.


O companheiro R$ 1.000.000.000.000,00

Dentro de algumas semanas a dívida pública trará uma novidade amarga para o cotidiano de Pindorama, o mau trilhão. Falta pouco para que chegue lá.

Para ser ter uma idéia da força desse número, há um trilhão de segundos (31,5 mil anos) os bípedes ainda estavam na Idade da Pedra Lascada. Quando a ekipekonômica conduzir o país à Idade do Trilhão a dívida per capita do brasileiro estará em R$ 5.392,00 (15,4 salários mínimos, dos novos).

Lula deveria organizar um grande evento, o Pró-Juros, um encontro dos sábios que desde 1994 arruínam o país. Para que ninguém acuse Nosso Guia de fazer campanha eleitoral, ele dividiria o triunfo com FFHH.

Pedro Malan e Antonio Palocci seriam os mestres-sala de um seminário com todos os presidentes e diretores do Banco Central (inclusive, numa linda alegoria, os que estão aninhados na banca privada). Viria também a bateria do FMI: Stanley Fischer (hoje Citicorp), Teresa Ter-Minassian e Anne Kruger. Todos propuseram isso e aquilo, sempre invocando a meta suprema da redução da dívida pública.

Quando assumiram a gestão da economia nacional ela equivalia a 28% do PIB. Atualmente passa dos 50%. Pelas contas que apresentaram em 1996, deveria estar abaixo dos 25%.
Dívida não é algo que nasce no gramado do Alvorada, como tiririca e estrela petista. Se ela não baixou isso se deve a inúmeros fatores.

Um deles seria a falta de reformas. Quais? Fizeram duas na Previdência, mas é preciso que se faça uma terceira. Mais a 123 reforma tributária. A ekipekonômica pratica uma espécie de trotskismo positivista. Sustenta a necessidade de uma revolução permanente para que suas idéias possam dar resultados. Se a revolução parar, o capitalismo se acaba. Se os resultados prometidos não apareceram, faltou ardor revolucionário.

A lorota da falta de reformas esconde o oportunismo, a má qualidade e a má gestão das propostas dos sábios. A radicalização de uma proposta errada potencializa o fracasso. A inibição de uma proposta certa drena o sucesso.

Por exemplo: quando Oswaldo Cruz obteve do presidente Rodrigues Alves o apoio para sanear o Rio de Janeiro, seu radicalismo acabou com a febre amarela. Se a vacina obrigatória parasse na rua do Ouvidor, a febre estaria aí até hoje. Uma idéia certa, radicalizada, gera acertos radicais.
Outro exemplo: em 1982, um curioso perguntou ao almirante japonês Minoru Genda se admitia ter cometido um erro ao planejar o ataque à base naval americana de Pearl Harbour, em 1941. Ele disse que não. Erro foi não seguir completamente o seu plano, que previa um novo ataque, desta vez aos porta-aviões que estavam em algum lugar do Pacífico. Não lhe ocorria que o Japão poderia atacar a frota americana 212 vezes e, ainda assim, perderia a guerra. O erro esteve no ataque, não na sua extensão. Genda morreu em 1989 certo de que fez tudo direito. Como direitos estiveram os doutores do populismo cambial tucano e estará o delírio dos juros de Lula, Palocci, Henrique Meirelles e Afonso Beviláqua.

Como a ekipekonômica gosta de brincar com números, aqui vai uma sugestão: quando a dívida chegar a um trilhão poderão dizer que esse número representa uma fração desprezível do Gugol.
(O Gugol é o 1, seguido de 100 zeros. Foi inventado por um garoto de nove anos. Todas as partículas do universo conhecido, somadas a todas as realizações proclamadas por Lula, não somam um Gugol.)

Tuesday, November 01, 2005

Intelectual 3%

O Sr. ex-presidente FHC foi eleito pelos leitores de duas publicações, "Foreign Policy" dos E.U.A. e "Prospect" da Grã-Bretanha, como um dos 100 intelectuais mais importantes do mundo. Teve 556 votos de um total de pouco mais de 20 mil, ou seja, 2,78%.

Acredito que mesmo o ego do Sr, FHC não permitiria que ele se regozijasse de tal fato. Porém, ele é o único brasileiro da lista. Ou seja, seu olhos certamente irão brilhar. (Dê uma lida em VAIDADE logo abaixo).

Talvez esses parcos 556 votantes sejam alguns poucos ricaços que gostariam de agradecer ao Sr. FHC pela sua onda louca e malfeita de privatizações, fruto talvez de sua "teoria da dependência", onde diz que o único desenvolvimento possível para os países da américa latina é o dependente, associado a países desenvolvidos (pretensioso não?).

Thursday, October 20, 2005

Interessante reflexão sobre o referendo

JANIO DE FREITAS - Pelo sim, pelo não

A empolgação de contrários e defensores do comércio legítimo de pequenas armas chega ao ponto de não permitir o silêncio individual. Um indício, em princípio, de participação numérica admirável, como convém aos referendos que transferem decisões à própria população. Mas o que deveria ser debate sério entre as posições diferentes, como convém aos referendos, mais uma vez cedeu o lugar ao passionalismo de gênero futebolístico: a discussão sem idéias e sem objetividade.De repente, parece que há lojas de armas em cada esquina brasileira. A classe média passou a ser responsável também pelo armamento crescente da marginalidade. Parece que cada família compra um novo revólver a cada salário recebido, para substituir o revólver deixado ao alcance do ladrão no mês anterior.A cidade onde moro é dada pela mídia da pacífica e carinhosa São Paulo como exemplo definitivo de criminalidade urbana armada. Embora o exagerado passar dos anos me dê razoável conhecimento dessa cidade abandidada, sou incapaz de dizer onde encontrar no Rio uma loja de armas, uma que seja. Mais ainda, não sei de uma só pessoa, e me dei a conhecer a mais pessoas do que me desejariam conhecer, que tenha comprado uma arma nos muitos últimos anos.As distorções do referendo não vêm da falta do que debater sobre comércio de armas. E mesmo sobre fabricação no Brasil. A distorção inicial está na simplificação de um problema repleto de nuances, como se não houvesse o que distinguir, por exemplo, entre compra/posse/uso de arma em cidade ou na complicada vastidão do interior, e de tantos ermos não tão interiores. Localizar com seriedade o abastecimento de armas criminosas levantaria uma questão muito acima do comércio convencional: a polícia sabe que armas apreendidas de marginais são, em grande número, armas que logo vão abastecer a mesma marginalidade, no comércio inconvencional.Há alguns anos, uma ativa oficina de preparação, para venda, de armas tomadas a marginais foi identificada na própria oficina de armeiros de um quartel da PM no Leblon. Há poucas semanas, ficou comprovado o desvio de armas entregues, para destruição, à Campanha do Desarmamento. Foi, desculpe a citação, em São Paulo (atenuante rápida: deve ter sido coisa de carioca infiltrado). Estão sob investigação, nestes dias, os feitos de uma quadrilha formada por agentes da Polícia Federal, vendedores de cocaína apreendida, ladrões de dinheiro apreendido de criminosos, e por que não haveria quadrilha ativa no comércio de armas apreendidas?Diante dos tantos problemas graves do abastecimento de armas à criminalidade, apresentar o fechamento de poucas lojas como "desarmamento do nosso país" não é coisa séria. Foi por esse método que a campanha pelo "sim" ampliou as distorções, chegando a cúmulos como a afirmação de que o "Brasil será feliz" se proibida a venda legal de armas. A publicidade do "não" teve bem menos audácia contra a boa-fé alheia, mas o modo como explora o discutível envolvimento da liberdade dos cidadãos, na possível compra legal de armas, enquadra-se no exagero que é da natureza mesma da publicidade. Acontece que um referendo com implicação constitucional não é um sabão que lava mais branco (péssimo, portanto, para roupa de cor) nem o copo de cerveja que seduz todos os louváveis bumbuns da praia.Há argumentos muito fortes tanto em favor do "não" como do "sim". Não foram postos, porém, em debate. Ou só arranhados, em uma ou outra ocasião. Muitas das ONGs que têm úteis papéis contra a violência são, no entanto, responsáveis pelo descaminho e pelo passionalismo tão prejudicial ao referendo e a seus propósitos originais. É uma ocorrência ainda mais lamentável porque este poderia ser, como muitos esperam, o primeiro de muitos referendos que alargassem os limites tão estreitos da participação e da democracia no Brasil.Já que a discussão tomou ares futebolístico, nesta matéria minha posição não admite concessões: Flamengo, e tenho dito. Ninguém mais leva o meu voto.
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Caso deseje ler a entrevista que Jânio de Freitas concedeu ao Fazendo Media, clique aqui:
http://www.fazendomedia.com/novas/politica210905a.htm

Wednesday, October 19, 2005

DEFENDER O MERCADO significa TUNGAR A CHOLDRA

Lendo notícia de que o BNDES pretende assumir o leasing dos aviões da VARIG, lembrei-me deste artigo, sensacional. Leiam-no pois nada além necessito dizer.

Artigo do Sr. Elio Gaspari, publicado em
O Globo no dia 17/10/2004, o título é o mesmo daí de cima.

"Toda vez que um empresário ou burocrata diz que uma providência é necessária para preservar investimentos ou por motivos estratégicos, a patuléia pode ter certeza: lá vem facada.
Há dois grupos de preservadores por aí. O primeiro está no setor aéreo. Como até as pedras sabem, duas empresas estão com um pé na cova. A Varig e a Vasp devem cerca de R$8,5 bilhões. A TAM, se for deixada em paz, vive. Desde o final do governo FFHH tenta-se uma operação de resgate da Varig, levando-a para o ho$pital do BNDES.

A partir de 2001 começou a operar a Gol. Voa na hora, cobra barato, não pega dinheiro do governo e dá lucro (R$113 milhões em 2003). É considerada uma das empresas aéreas com melhor rentabilidade no mundo. Os aerotecas civis e militares tratam-na como um estorvo.
Num país capitalista, quebrariam as empresas quebradas e sobreviveriam as empresas lucrativas. Tenta-se fazer o contrário. Costura-se no eixo Ministério da Defesa-BNDES um plano de reorganização do setor aéreo, suspendendo por dois anos a vigência da legislação contra a formação de cartéis. Ou seja, para salvar empresas quebradas vai-se enfiar a Gol (se ela quiser) num panelão de privilégios essencialmente destinado a lesar a escumalha. Caso raro de colocação da maçã boa na barrica das podres.

O segundo grupo de conservacionistas está no setor de comunicações. Diante da intenção da Anatel de abrir a discussão para a entrada no Brasil de uma nova geração de celulares, o tabelionato chiou:

Francisco Padinha (Vivo) disse que a chegada ao Brasil da nova tecnologia “pode ser prejudicial ao desenvolvimento harmoniosodo mercado”.

Luis Eduardo Falco (Oi): “É preciso que haja retorno sobre o capital investido”.

É provável que a nova geração de celulares seja uma solução em busca de um problema. Na Alemanha, virou mico. A argumentação dos doutores, contudo, é falsa como uma nota de três reais. Quem se harmoniza é acordeom. Mercado compete. Capital investido não é cachorro de estimação, que tem retorno prometido.


Quando se pensa que o governo está aí para vigiar esse olho gordo no bolso da choldra, dá-se que o repórter B. Piropo (verifique em artigos O Globo, telefone via internet), numa palestra, condenou as restrições existentes à expansão do sistema de telefonia por meio da internet. Essa nova tecnologia assegura uma brutal redução tarifária. Ouviu o seguinte do representante da Anatel justificando a conduta da agência:

“Isso rouba mercado das operadoras e faz parte da missão da Anatel proteger os altos investimentos que elas fizeram no setor”.

Aos contribuintes, uma banana. Na hora de cobrar tarifas aéreas caras, trata-se de preservar objetivos estratégicos do desenvolvimento nacional. Na hora da patuléia pagar menos por ligações telefônicas fala-se em “roubar” mercado. A escumalha só pode entrar no filme no papel de roubada.

O encarregado de preservar investimentos de empresários é o Padre Eterno. Suas casas, espalhadas por todas as cidades do país, são de livre acesso, com bancadas para genuflexões e silêncio para preces. A grande exceção fica ao lado do Convento de Santo Antonio, no Rio. Lá funciona a Igreja de Nossa Mãe do BNDES, gerida pela Irmandade do Espírito Santo do Planalto.

Wednesday, October 12, 2005

REFERENDO INÚTIL

Se pudesse votaria pela não realização desse referendo estúpido. Por quê ? Porque está sendo "vendido" como uma medida que irá diminuir os índices de violência, estão dizendo que diminuindo o número de armas a violência também será diminuída.

Tal afirmação é caluniosa; se fosse assim, a Inglaterra não teria visto seus números de homicídios e invasões de domicílios crescerem desde a proibição da comercialização de armas de calibre superior a 22mm em 1997, a Suíça seria um genocídio semanal pois lá existe um verdadeiro arsenal nas mãos de cidadãos e a Jamaica não seria um dos países mais violentos da América Central, uma vez que a proibição por lá também se faz presente. Porque então o Rio Grande do Sul tem índices de morte por arma de fogo menor que São Paulo, se a sua população é a mais armada do país?

Pra piorar, dizem que diminuirão os acidentes domésticos e mortes por motivos fúteis, tais como brigas de trânsito, em bares, etc. Argumento falho. O sujeito que sai do carro disposto a matar o outro por causa de uma batida, tendo ele comprado sua arma por vias legais ou não, é uma ameaça à sociedade simplesmente por ter nascido. Se comprou pelas vias legais, há um problema maior aí que é o fato desse indivíduo ter conseguido adquirir essa arma. Se ele não comprou pelas vias legais, só reforça o argumento de que com ou sem comércio esse ser continuará adquirindo seus "ferros" por "baixo dos panos". E o pai/mãe que mantém em seu poder uma arma de forma que qualquer criança possa ter acesso a ela, no mínimo denota outro problema grave: despreparo. Conclusão: o problema não está nas armas mas em quem as utiliza, armas sozinhas não matam ninguém, assim como facas, picaretas, chaves de fenda e outros.

Alardeam ser o Brasil um país com números astronômicos de mortes por armas de fogo. Engraçado. É também o país que mais se mata gente no trânsito. O que faremos ? Fecharemos as indústrias automobilísticas ? Carros são como armas.

A lei 10.826 de 22/12/2003 dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição. Nela está escrito, artigo 6 o., que "É PROIBIDO O PORTE DE ARMA DE FOGO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL, SALVO PARA OS CASOS PREVISTOS EM LEGISLAÇÃO PRÓPRIA E PARA:" as Forças Armadas, as polícias, algumas guardas municipais, os agentes da ABIN e os seguranças da Presidência, os guardas prisionais e portuários, os seguranças privados e transportadores de valores, integrantes de entidades de desporto e alguns funcionários da Receita Federal (você encontra essa e outras leis no endereço da
casa civil), sendo que a maioria deve ainda estar de acordo com o artigo 4 o., que diz que é necessária a comprovação de idoneidade, capacidade técnica e aptidão psicológica. Ou seja, precisamos de REPRESSÃO e não de PROIBIÇÃO. A criminalidade deve ser combatida por uma polícia bem equipada, preparada e bem paga. O combate à corrupção dentro das polícias já traria um resultado bastante significativo.

Pedem também sua atenção para dizer que a maioria das armas de fogo encontradas nas mãos dos marginais são nacionais. Ora, o Brasil é um grande fabricante e exportador de armamento sendo que a maior parte é para exportação, grande parte do restante é para as forças armadas e polícias e apenas um pequeno número se destina ao varejo. Convém notar também que essas armas comercializadas são armas de baixo calibre, diferentes de muitas das pistolas e outras encontradas nas mãos de bandidos. Com um pouco de bom senso podemos descobrir que essas armas são desviadas das Forças Armadas ou então retornam ao Brasil contrabandeadas, se é que algum dia deixaram nossas fronteiras.

A lei citada acima nos diz também que o registro e controle das armas das Forças Armadas cabe a eles somente, o que nos leva a duvidar da veracidade das informações de desvios de armamento por eles divulgadas.

O Estado não pode tirar do cidadão o direito de defender sua vida às últimas conseqüências. Um habitante de um lugar ermo, rural, onde está a maior parte das armas nas mãos de cidadãos, não pode apenas confiar na sorte e na polícia para se defender.

Por que será que o governo aparenta demonstrar tanto interesse nesta proibição ?

Muitos dirão que estou tendo devaneios mas Antonio Gramsci, um dos norteadores do pensamento PTista aponta o desarmamento da população entre as providências essenciais para garantir o controle totalitário da sociedade.

E se o comércio for proibido, de onde virão as armas das polícias e Forças Armadas ? Importadas ? Estranho...

Se ainda assim a proibição parece algo bastante tentador, tentemos explicar porque o governo vai gastar R$ 270 mi para a realização desse referendo se "apenas" R$ 170 mi são gastos anualmente pela união em segurança pública ? Difícil não é mesmo ?

Faça sua escolha mas pense e aceite as conseqüências...

Salim Salirá ?

Sinto-me tomado de imenso prazer ao ver o Senhor Paulo Salim Maluf preso ao lado de sua cria, reclamando das condições da cadeia. Deve estar acostumado a lençóis de seda, comprados com dinheiro de impostos de paulistas e paulistanos, tanto dos pensantes quanto dos "malufistas".

Oro pelo difícil retorno do montante desviado por esta criatura asquerosa e, sinceramente gostaria de saber por que esses "malufistas" ainda o protegem. Masoquismo ? Esperança de ter um pouquinho dessa teta para si ?

Já foi tarde, e que lá apodreça (mesmo sabendo que isso será muito difícil). Deixo aqui meus sinceros votos.