Wednesday, October 12, 2005

REFERENDO INÚTIL

Se pudesse votaria pela não realização desse referendo estúpido. Por quê ? Porque está sendo "vendido" como uma medida que irá diminuir os índices de violência, estão dizendo que diminuindo o número de armas a violência também será diminuída.

Tal afirmação é caluniosa; se fosse assim, a Inglaterra não teria visto seus números de homicídios e invasões de domicílios crescerem desde a proibição da comercialização de armas de calibre superior a 22mm em 1997, a Suíça seria um genocídio semanal pois lá existe um verdadeiro arsenal nas mãos de cidadãos e a Jamaica não seria um dos países mais violentos da América Central, uma vez que a proibição por lá também se faz presente. Porque então o Rio Grande do Sul tem índices de morte por arma de fogo menor que São Paulo, se a sua população é a mais armada do país?

Pra piorar, dizem que diminuirão os acidentes domésticos e mortes por motivos fúteis, tais como brigas de trânsito, em bares, etc. Argumento falho. O sujeito que sai do carro disposto a matar o outro por causa de uma batida, tendo ele comprado sua arma por vias legais ou não, é uma ameaça à sociedade simplesmente por ter nascido. Se comprou pelas vias legais, há um problema maior aí que é o fato desse indivíduo ter conseguido adquirir essa arma. Se ele não comprou pelas vias legais, só reforça o argumento de que com ou sem comércio esse ser continuará adquirindo seus "ferros" por "baixo dos panos". E o pai/mãe que mantém em seu poder uma arma de forma que qualquer criança possa ter acesso a ela, no mínimo denota outro problema grave: despreparo. Conclusão: o problema não está nas armas mas em quem as utiliza, armas sozinhas não matam ninguém, assim como facas, picaretas, chaves de fenda e outros.

Alardeam ser o Brasil um país com números astronômicos de mortes por armas de fogo. Engraçado. É também o país que mais se mata gente no trânsito. O que faremos ? Fecharemos as indústrias automobilísticas ? Carros são como armas.

A lei 10.826 de 22/12/2003 dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição. Nela está escrito, artigo 6 o., que "É PROIBIDO O PORTE DE ARMA DE FOGO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL, SALVO PARA OS CASOS PREVISTOS EM LEGISLAÇÃO PRÓPRIA E PARA:" as Forças Armadas, as polícias, algumas guardas municipais, os agentes da ABIN e os seguranças da Presidência, os guardas prisionais e portuários, os seguranças privados e transportadores de valores, integrantes de entidades de desporto e alguns funcionários da Receita Federal (você encontra essa e outras leis no endereço da
casa civil), sendo que a maioria deve ainda estar de acordo com o artigo 4 o., que diz que é necessária a comprovação de idoneidade, capacidade técnica e aptidão psicológica. Ou seja, precisamos de REPRESSÃO e não de PROIBIÇÃO. A criminalidade deve ser combatida por uma polícia bem equipada, preparada e bem paga. O combate à corrupção dentro das polícias já traria um resultado bastante significativo.

Pedem também sua atenção para dizer que a maioria das armas de fogo encontradas nas mãos dos marginais são nacionais. Ora, o Brasil é um grande fabricante e exportador de armamento sendo que a maior parte é para exportação, grande parte do restante é para as forças armadas e polícias e apenas um pequeno número se destina ao varejo. Convém notar também que essas armas comercializadas são armas de baixo calibre, diferentes de muitas das pistolas e outras encontradas nas mãos de bandidos. Com um pouco de bom senso podemos descobrir que essas armas são desviadas das Forças Armadas ou então retornam ao Brasil contrabandeadas, se é que algum dia deixaram nossas fronteiras.

A lei citada acima nos diz também que o registro e controle das armas das Forças Armadas cabe a eles somente, o que nos leva a duvidar da veracidade das informações de desvios de armamento por eles divulgadas.

O Estado não pode tirar do cidadão o direito de defender sua vida às últimas conseqüências. Um habitante de um lugar ermo, rural, onde está a maior parte das armas nas mãos de cidadãos, não pode apenas confiar na sorte e na polícia para se defender.

Por que será que o governo aparenta demonstrar tanto interesse nesta proibição ?

Muitos dirão que estou tendo devaneios mas Antonio Gramsci, um dos norteadores do pensamento PTista aponta o desarmamento da população entre as providências essenciais para garantir o controle totalitário da sociedade.

E se o comércio for proibido, de onde virão as armas das polícias e Forças Armadas ? Importadas ? Estranho...

Se ainda assim a proibição parece algo bastante tentador, tentemos explicar porque o governo vai gastar R$ 270 mi para a realização desse referendo se "apenas" R$ 170 mi são gastos anualmente pela união em segurança pública ? Difícil não é mesmo ?

Faça sua escolha mas pense e aceite as conseqüências...

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